A cidade, perto de BH tem um bom potencial turístico e o casal, mais jovem, nos esperava com a cordialidade típica do interior. Não os conhecíamos, mas nos sentimos já próximos.
Subimos e descemos morros até chegar a um lotamento um pouco afastado, mas com boas casas construídas e em construção. Um córrego ao fundo e a mata preservada, além de um daqueles botecos de interior completaram o charme do lugar. Simplesmente cativante. O serviço ainda não sabemos se vai dar certo, mas no boteco é certo voltarmos.
De volta a BH, já no cair da tarde, conversávamos sobre o que fazer naquela tarde sem crianças. Na volta da pracinha, a dois quarteirões de casa, eis que foram avistados três Ogros, calmamente tomando uma gelada. Com uma vaga na frente da mesa, já chegamos parando o carro para assustar. Que nada, parece que já nos tinham visto.
Sem cerimônia, nos convidamos para sentar e fomos muito bem recebidos. São três Ogros irmãos e da melhor espécie. Bons amigos. Diversão garantida. Falaram das esposas com desenvoltura, como se a patroa até não estivesse, mas era, como sempre, brincadeira, e rimos a valer.
Já no final de várias saideiras, nos lembraram do ano anterior naquela mesma data e do aniversário que haveria. Com muita surpresa, vimos que já fazia um ano e que o tempo é mesmo implacável. Aniversário da mãe destes Ogros, por todos da turma querida. Fomos então convidados a ir à festa novamente este ano. É claro que aceitamos.
Um Ogro piloto, com sua BMW, chegou depois de termos fechado a conta, mas informou que não poderia comparecer, afinal, já havia bebido uns chopp´s e uma garrafa de vinho. Ainda tentamos demovê-lo, mas pareceu não dar certo.
Ainda conseguimos um presente e então nos dirigimos à festa. E que festa.
A decoração, além da animação contagiavam. Uma festa a lá julina. Mesas com forros, bananeiras com cachos pendurados, fogueiras, chapéus, doces e muito golo. Típica festa desta família que se tornou um pouquinho nossa, depois da adoção forçada. Nós é que não os largamos.
Filhos, netos, namorados, maridos, genros e amigos se misturaram em uma confraternização maravilhosa, onde a facilidade de conversar e de entrar em assuntos marcou nossa presença. Animadamente conversamos com todo mundo sem distinção.
Do nada, um bom tempo depois de conversarmos na pracinha, o Ogro da BMW chega em alvoroço. Beija todo mundo, distribui abraços e é abraçado, com contagiante alegria. Até a gafe......, por uma frase mal dita, nem sei para quem ou para quê.
- Ali, do lado da mesa das coroas...
- Volta aqui, safado. Como assim mesa das coroas? Mais respei...... e aí foi só no lombo...
Desculpas aceitas, tudo voltou ao normal, com nosso Ogro da BM ( alguém abreviou de BMW para BM ) sentado em seu majestoso trono. Na verdade uma cadeira de palinha que ele adotou como sua em festas passadas e que mais parece uma espreguiçadeira. Sentado em cadeira esplêndida, ainda dividiu algumas garrafas de vinho da melhor qualidade.
Quando parecia que nada mais ia acontecer, já no fim, eis que adentra no recinto o Ogro of the crystal balls, já citado anteriormente. Chega de uma festa de despedida de solteiro ou de preparação para o casamento, já que hoje as noivas participam.
O problema não é onde estava, mas a situação em que chegou. Em pé ficava de lado e sentado parecia querer deitar. O olho de peixe morto e a forma como não conseguia pronunciar uma palavra sequer indicaram o óbvio: estava mais bêbado que uma porca.
Ainda tentaram levá-lo em casa, mas não adiantou. Voltava. Não sei o fechamento do caso, mas deve ter dormido lá, como já fez em outras ocasiões, com uma cara onde só se usa óleo de peroba. Uma pena. Desta vez suas tiradas que o tornam uma pessoa das mais engraçadas existentes não foram ouvidas. Se pensou em algum humor ácido e crítico naquele dia, não conseguiu transmitir.
Ao final, para fechar com chave de ouro, uma neta das mais bacanas e bonitas concluiu uma galinhada maravilhosa. A receita....... não posso transmitir. Na verdade me foi passada no dia, mas minha preocupação maior no momento era o tamanho da vasilha que a patroa estava enchendo ( matula ) para levarmos para casa. Vou perguntar e postar no RANGO DO OGRO, assim que der.
O Obrigado do Ogro a esta GRANDE FAMÍLIA. Em especial à matriarca.
O Ogro
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