quinta-feira, 24 de julho de 2014

Stadt Javer - Parte 1

              Com uma das melhores comidas da cozinha Alemã e o Chopp menos gelado e mais gostoso de BH, tinha um ambiente inigualável. Era 1986, e nesta época comecei a frequentar, junto com muita gente, o inesquecível Stadt Javer. Ainda hoje, tantos anos depois, convivo com os amigos daquela época e revivemos saudades. Segue o que será, em futuro próximo, o e-book destes momentos.

Capítulo 2 -  Restaurante :

              A fachada, que aparenta uma casa de madeira, esconde o segundo andar, onde sempre esteve a casa do proprietário. A placa, sempre sucinta não tinha luzes fortes ou iluminação indireta. Apenas a iluminação suficiente para determinar e dar certeza de que ali é o lugar, servindo de referência a turistas, moradores e taxistas. Quem mora em BH pode sempre dizer: “ perto do Stadt Javer”, ou “na Contorno, vira depois do Stadt Javer”. Passou claramente de lugar para "o lugar", de apenas um Restaurante, para ponto de referência.

               A porta da frente, em madeira sólida, como todo o interior, foi quase esculpida em madeira de lei, do tipo que dura “para sempre”. Um degrau na soleira da porta separa o lado de fora, com todos os seus problemas, seja de trabalho, relacionamento ou família, do ambiente interno, que, juntando a penumbra com litros de chopp e bom papo, fariam até um elefante esquecer.

           O primeiro salão, com as mesas instaladas no sentido vertical, contrário à entrada, têm o espaço ideal para acolher os casais. À direita, da porta, só uma mesa habita, logo abaixo de cartazes da cidade, que inspira o nome do lugar. No fundo a mesa do balanço..... continua.

              O salão, logo depois do vão, tem o famoso “mesão”, um espaço com vários bancos fetos de barris de madeira e com estofado em cima. O pequeno desconforto da fata de encosto é facilmete compensado pela quantidade de pessoas que o mesão abriga. Um amontoado de pessoas com um só objetivo: Conviver. Na época em que os e-mail´s , twiter´s e facebook´s ainda não existiam, conversar era inda um bom motivo para se encontrar. E ali era o melhor lugar de todos. No mesão já passaram confraternizações e aniversários mais ruidosos que o Mineirão na hora do gol. É gente falando alto e bebendo que não termina. O chopp, servio por "metro", que é um recipiente de madeira onde cabem 13 chopp´s, se não me engano, é o mais pedido da mesa, quando o caso é de turmas grandes. Mas também há o dia em que outras mesas estão lotadas e o mesão é dividido com pessoas que não se conhecem. Até sentarem. Aí o papo é liberado.

              O melhor lugar da casa, o balcão, ainda teve algumas modificações com o tempo, mas a característica original, de dar proximidade às pessoas, ainda prevalece. No fundo .......

Continua...................

Capítulo 3 - As Personalidades - De funcionários a clientes:

Eider:
              Numa definição clínica, poderia defini-lo como louco, psicopata e paranóico, dependendo do momento. 
              Numa definição etílica, poderia ser desenfreado, bebum e até chato, dependendo também do momento.
              Como gerente, poderia ser rigoroso, descuidado e brilhante, dependendo também do momento. 
               Já como pessoa, bondoso, isento de tantos defeitos e senhor de tantos outros, além de amalucado, também o definiriam. 

               Não conheço quem possa julgá-lo. Só quem conviveu pode entender os casos que criou ou que resolveu. Dentro e fora do Stadt Javer.

              A arrogância de tentar definir uma pessoa com meia dúzia de palavras recai totalmente por sobre os ombros de quem escreve estas palavras. Sem talento ou conhecimento para dizer mais, cortei a maioria dos adjetivos e fiquei com o mais correto: Amigo.

Continua............................

Capítulo 3 - Os Casos:

Continua.............................

Posso dizer que, em alguns capítulos, teremos casos conhecidos e inéditos, a história do dono e a fundação da casa, um pouco de personalidades e mais.............

E então? Será que vai ficar bom?

O Ogro!





Dr. Ogro


O Ogro fugiu.

Lata de Heineken


Mais utilidades para a lata de Heineken.

O Ogro.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Galinhada Maravilhosa

Num sábado, sem grandes ambições, saímos, eu e a patroa para dar uma volta em uma cidadezinha próxima para garantir um serviço novo. Não meu, da patroa.

A cidade, perto de BH tem um bom potencial turístico e o casal, mais jovem, nos esperava com a cordialidade típica do interior. Não os conhecíamos, mas nos sentimos já próximos.

Subimos e descemos morros até chegar a um lotamento um pouco afastado, mas com boas casas construídas e em construção. Um córrego ao fundo e a mata preservada, além de um daqueles botecos de interior completaram o charme do lugar. Simplesmente cativante. O serviço ainda não sabemos se vai dar certo, mas no boteco é certo voltarmos.

De volta a BH, já no cair da tarde, conversávamos sobre o que fazer naquela tarde sem crianças. Na volta da pracinha, a dois quarteirões de casa, eis que foram avistados três Ogros, calmamente tomando uma gelada. Com uma vaga na frente da mesa, já chegamos parando o carro para assustar. Que nada, parece que já nos tinham visto.

Sem cerimônia, nos convidamos para sentar e fomos muito bem recebidos. São três Ogros irmãos e da melhor espécie. Bons amigos. Diversão garantida. Falaram das esposas com desenvoltura, como se a patroa até não estivesse, mas era, como sempre, brincadeira, e rimos a valer.

Já no final de várias saideiras, nos lembraram do ano anterior naquela mesma data e do aniversário que haveria. Com muita surpresa, vimos que já fazia um ano e que o tempo é mesmo implacável. Aniversário da mãe destes Ogros, por todos da turma querida. Fomos então convidados a ir à festa novamente este ano. É claro que aceitamos.

Um Ogro piloto, com sua BMW, chegou depois de termos fechado a conta, mas informou que não poderia comparecer, afinal, já havia bebido uns chopp´s e uma garrafa de vinho. Ainda tentamos demovê-lo, mas pareceu não dar certo.

Ainda conseguimos um presente e então nos dirigimos à festa. E que festa.

A decoração, além da animação contagiavam. Uma festa a lá julina. Mesas com forros, bananeiras com cachos pendurados, fogueiras, chapéus, doces e muito golo. Típica festa desta família que se tornou um pouquinho nossa, depois da adoção forçada. Nós é que não os largamos.

Filhos, netos, namorados, maridos, genros e amigos se misturaram em uma confraternização maravilhosa, onde a facilidade de conversar e de entrar em assuntos marcou nossa presença. Animadamente conversamos com todo mundo sem distinção.

Do nada, um bom tempo depois de conversarmos na pracinha, o Ogro da BMW chega em alvoroço. Beija todo mundo, distribui abraços e é abraçado, com contagiante alegria. Até a gafe......, por uma frase mal dita, nem sei para quem ou para quê.

- Ali, do lado da mesa das coroas...
- Volta aqui, safado. Como assim mesa das coroas? Mais respei...... e aí foi só no lombo...

Desculpas aceitas, tudo voltou ao normal, com nosso Ogro da BM ( alguém abreviou de BMW para BM ) sentado em seu majestoso trono. Na verdade uma cadeira de palinha que ele adotou como sua em festas passadas e que mais parece uma espreguiçadeira. Sentado em cadeira esplêndida, ainda dividiu algumas garrafas de vinho da melhor qualidade.

Quando parecia que nada mais ia acontecer, já no fim, eis que adentra no recinto o Ogro of the crystal balls, já citado anteriormente. Chega de uma festa de despedida de solteiro ou de preparação para o casamento, já que hoje as noivas participam.

 O problema não é onde estava, mas a situação em que chegou. Em pé ficava de lado e sentado parecia querer deitar. O olho de peixe morto e a forma como não conseguia pronunciar uma palavra sequer indicaram o óbvio: estava mais bêbado que uma porca.

Ainda tentaram levá-lo em casa, mas não adiantou. Voltava. Não sei o fechamento do caso, mas deve ter dormido lá, como já fez em outras ocasiões, com uma cara onde só se usa óleo de peroba. Uma pena. Desta vez suas tiradas que o tornam uma pessoa das mais engraçadas existentes não foram ouvidas. Se pensou em algum humor ácido e crítico naquele dia, não conseguiu transmitir.

Ao final, para fechar com chave de ouro, uma neta das mais bacanas e bonitas concluiu uma galinhada maravilhosa. A receita....... não posso transmitir. Na verdade me foi passada no dia, mas minha preocupação maior no momento era o tamanho da vasilha que a patroa estava enchendo ( matula ) para levarmos para casa. Vou perguntar e postar no RANGO DO OGRO, assim que der.

O Obrigado do Ogro a esta GRANDE FAMÍLIA. Em especial à matriarca.

O Ogro


Semelhança

O Ogro

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Recomeço

Esta é para os Ogros que estão em fase de recomeço. Boa sorte.



O Ogro.

Coroa de costela


Começamos o ano pensando se outros Ogros existiriam nesse nosso mundinho. O fato é que muitos Ogros apareceram por aqui e alguns dos rangos de Ogro que compartilhamos foram insistentemente motivos de e-mail´s. Alguns reclamaram dos artigos sucintos, outros acharam prolixo. 

Na parte dos ingredientes e das receitas, foram unânimes. Sobrava história e faltava receita precisa.
Não podendo deixar assim, comecei a colocar as receitas mais bem elaboradas e peço desculpas pela falha, ou melhor,

- Vá se danar!!!Boiola.

Com tudo novamente no lugar, aviso que, de hoje em diante, aceitamos encomendas de carnes especiais, conforme nossa tabela inscrita na página inicial sob o nome CARNES ESPECIAIS. Além disso, diminuímos o preços dos molhos especiais que serão um excelente acompanhamento para as carnes sugeridas.

Amanhã faremos uma carne toda especial e que faz parte do nosso portfólio. A Coroa de Costela.


Coroa de costela:

200 ml de vinho branco
Sal a gosto
Pimenta-do-reino
Molho de pimenta
Alho amassado

Faça uma marinada e deixe a carne descansar por pelo menos 6 horas na geladeira. Ou melhor, compra ela temperada na OGROSTORE - CARNES ESPECIAIS.

Para colocar esta carne na churrasqueira, é preciso um pouco de cuidado. Afinal, a carna no entorno da costela é tenra e a parte do lombo tem pouca gordura ( em torno de 2% ), o que pode significar uma carne menos macia e mais seca.
O grande segredo é começar a assar lentamente, na parte de cima da churrasqueira, inicialmente com a parte da gordura virada para baixo, virando depois dela corada, para que a gordura irrigue o lombo. Depois de 20 minutos ( depende do tamanho da peça ), é só colocar no nível da grelha para dourar. Bem perto da brasa são apenas alguns minutos.

Uma boa pedida para acompanhamento são as cebolas assadas com mel. É só pincelar mel nas cebolas e deixar assando na brasa. É claro que deve-se tirar a casca antes, lógico.

O maçarico é uma peça fundamental para dar o tom desta bela carne, afinal, se ficar com algum resto de carne grudada no osso é só passar o maçarico para retirar.


Sirva com tomate cereja.




Amanhã coloco o resultado.

O Ogro.


Bola de cristal

Reunidos para ver os jogos da copa, ogros da melhor estirpe se apertaram no boteco próximo para beber e sofrer. Os Ogros Canalhas.

É, ninguém viu grandes partidas da seleção, então, a cada jogo ganho, sofríamos um pouco.
Já estávamos totalmente encharcados quando o Brasil finalmente perdeu para a Alemanha. Nosso bolão tradicional contou apenas com uma aposta contra a seleção. Um nacionalismo exacerbado até para estes Ogros, pois, confidencial e reservadamente, nenhum acreditava na vitória do Brasil.

Fui aquele que apostou contra. Mas apenas 2 a 1 para a Alemanha.

Naquele dia, os holofotes dos prognósticos estavam voltados para o nosso Ogro mais moreno e alto, um verdadeiro Ogro de academia ( kkkkkkkkk ). Durante as partidas anteriores, inventou resultados e chutou finalizações, mas acertou todas. Até a sequência dos pênaltis, quem pegava e quem errava, o danado acertou.

Normal, então, todos esperarem dele novos prognósticos corretos. Após rolarem as apostas, um Ogro dos maiores, com nome de santo e inclusive em dia de primaveras, fez a pergunta:

- E aí, você tem bola de cristal, porra?

- Ora, se tivesse bola de cristal, eu sentava com mais cuidado.

Silêncio, vá a merda e outros sons mais guturais em forma de xingamento foram ouvidos. Vários risos também.

De Ogro de academia, virou Ogro Svarovski durante alguns momentos. Mas durou pouco. No bolão marcou 3 a 1 para o Brasil, e se viu surpreendido e chocado como todos nós.

É, a criptonita do Ogro foi seu nome de cristal.

Pouco vimos mais. Nosso Ogro em dia de aniversário não aguentou o vexame da seleção, e, no quarto gol quebrou sua garrafa de cerveja dentro do lixo, entrou no carro e virou lenda.

O resto também virou lenda. Bebemos até esquecer.

The man of cristal balls. Man?



 Antes...



E depois..


Só Ogro mesmo.


O Ogro.





Leitoa suína

Nada mais Ogro que uma leitoa inteira, não é mesmo?
Este Ogro sempre teve vontade de servir uma leitoa inteira, mas o fato de ser um prato para muitas pessoas sempre foi um fator inibidor.
Ora, como colocar uma multidão dentro de casa para apreciar este prato?
Só depois de muito tempo e em um dia de ócio é que fui achar o leitão baby, aquele pequenininho e com pouca gordura. Me disseram então que já há alguns anos, talvez na esteira das melhorias dos fornos das padarias, este tipo de iguaria tinha ficado mais comum.
Realmente, numa ida ao mercado vi o baby pendurado em dois açougues. Nada tão comum assim, se levarmos em conta que lá existem vários açougues.
Bem, já instruído e num momento onde a peça seria realmente consumida ( o final de ano da empresa ),  resolvi seguir as instruções de outros Ogros mais experientes e pedir para o churrasqueiro preparar. Afinal, se fosse me aventurar, poderia sair errado. Ele foi mesmo na padaria perto e pediu, depois da primeira etapa de preparo, que assassem. Segue a receita tradicional.

Leitoa a Pururuca:

Ingredientes:

1 leitoa baby – 4 a 5 Kg - não passar deste peso.
1 litro de óleo e mais dois copos
3 cebolas picadas
1 copo de vinagre ou vinho tinto
Pimenta-do-reino branca moída a gosto
Tempero mineiro – o da casa – o necessário

Modo de Preparar:
Limpe a leitoa com água fervendo. Misture o vinho, as cebolas picadas, a pimenta-do-reino e o tempero mineiro ( da casa ). Passe esse tempero em toda a leitoa e no seu interior. Se possível, tempere de véspera.Coloque em uma assadeira protegendo o rabo e as orelhas com o papel alumínio para não queimar, Na assadeira, coloque dois copos de óleo e o resto do tempero com um pouco de água. Cubra com papel alumínio. Leve ao forno quente (180 graus ), por uma hora e meia, Molhe a leitoa com o caldo do fundo da assadeira. Quando estiver cozida, retire o papel alumínio e dixe corar. Estando pronta a leitoa, esquente bem 1 litro de óleo em uma panela e jogue sobre a leitoa para pururucar. Se quiser uma pururucada super bacana, é só passar fermento em pó na pele antes de jogar o óleo. Se tiver um maçarico, nos lugares que faltar pururucar é só chegar o fogo.


Os acompanhamentos são para cada pessoa.

Como estávamos fazendo uma festa para mais de 300 pessoas e já tinha arroz, salada, vinagrete, tropeiro e feijão rico, no dia não me preocupei.


O Ogro.






Dizer o quê?

O Ogro.

A paella que não houve

Com a intenção de facilitar para os amigos e familiares no que diz respeito à comida, já que o jogo do Brasil e Chile aconteceria às13:00 hs, sugeri ao Ogro dono do Bar em que vemos os jogos fazer uma Paella e ratear para todos os envolvidos, o que inicialmente foi aceito e incentivado.

Assim, depois de montar uma tabela com a quantidade estimada dos ingredientes, fui com um outro Ogro desocupado, o da BMW, ao supermercado fazer uma coleta de preços e estimar o valor para cada pessoa. ficou mais ou menos assim:

Ingredientes para 50 pessoas:


  • Caldo de marisco: 12 cubos
  • Frango( pedaços variados e peito desfiado )1Kg
  • Carne de porco ( lombo )2,5 Kg
  • Pimentão vermelho: 5 unidades grandes
  • Pimento verde: 5 unidades grandes
  • Chouriço: 750 gr
  • Camarão: 2,5 Kg
  • Mexilhão: 1,5 Kg

  • linguiça:1Kg
  • cogumelos: 500gr

  • Ervilhas: 450 g
  • Alho10 dentes
  • Cebola10 unidades
  • Tomate: 12 unidades
  • Azeite: 500 ml
  • Açafrão: 300 gr ( espanhol )
  • Arroz agulha: 2,5 Kg
  • Sal: a gosto.
  • Pimenta: a gosto.
Para uma turma esperada de 40 pessoas, mais ou menos 10, o preço ficou em R$ 15,00, já deixando R$ 5,00 de cada refeição servida para o Ogrofred, nosso anfitrião. Como na hora de me certificar da audiência, alguns amigos acharam caro, no final, nada feito. A paella ficou para uma outra oportunidade.

Ainda bem que pelo menos o Brasil passou de fase. Tomamos todas até às 23:00hs, quando a cerveja acabou.

Graças a deus, agradeceram os fígados dos Ogros envolvidos.

De qualquer forma, segue como fazer este delicioso prato. É só adequar a quantidade para o número de pessoas a servir.  


Preparação

Corte as carnes de frango e de porco em pedaços pequenos. Corte os pimentoes em cubos e o chouriço em rodelas. Descasque os camarões.
Numa panela à parte, aqueça metade do azeite e frite o frango e a carne. Retire e reserve. Faça o mesmo com o chouriço, os camarões e o mexilhão.
Utilize o mesmo azeite para refogar a cebola, o alho, os pimentoes, os tomates e as ervilhas. Tempere com sal e pimenta, deixe cozinhar uns minutos e reserve.
Leve à panela 1,5 l de água com o caldo de marisco e deixe ferver.
Na paellera coloque a outra metade do azeite. Deixe aquecer levemente e junte o arroz, mexendo durante alguns minutos. Junte o açafrão, a água do caldo de marisco e deixe cozer.
A meio da cozedura junte os ingredientes que guardou. Retifique o tempero, tape o tacho, reduza o volume e deixe cozinhar até ficar seco. Decore a gosto e sirva.
No blog da patroa também será possível saber mais sobre a paella. É o blogdadanijacome.blogspot.com.br.
O Ogro.



Virado à Paulista

 Numa tarde de grande preguiça fui obrigado a acompanhar a patroa ao supermercado.

- Inferno!!!!!!

Na verdade não dei nem um pio. O grito foi interno. Enquanto ela colocava os itens de bom preço no carrinho, eu só colocava porcaria. Afinal, por que eu estava ali?

Primeiro peguei um pacote de biscoitos recheados. Olhei para ela que falou só com o olhar:

- E a sua barriga, filhinho? Esqueceu? E a diabetes? - E torceu a boca em desaprovação.

Depois peguei uma bandeja de presunto serrano e o olhar veio de novo..

- E o seu colesterol?

Droga. Não posso pegar nada! Nem olhei para ela quando coloquei no carrinho um pack de garrafinhas de Heineken. Afinal, não queria mais olhares, e também não estava mais nem aí.
De passagem pelo setor de carnes, não vi nada de interessante nas de boi, mas não consegui tirar o olho de uma bisteca, já na bandejinha, mas com uma altura maior que a comum. Salivação à parte, não olhei para ela de novo quando coloquei no carrinho. Quando fingia assoviar e me afastava do carrinho ( saída pela esquerda ), ela comentou:

- Que tal fazer um virado à paulista?
- O que precisa mesmo?
- Ora, se você está levando bisteca, você faz elas na grelha da churrasqueira e eu compro uma couve. o resto tem lá em casa.
Uau, pensei. Tô agradando. Ma não dou o braço a torcer. Fecho a cara e digo:

- Pode fazer. Se for bom, a gente come isso aí mesmo. Se não ficar, a gente come a bisteca com arroz.
- O virado paulista é com arroz, couve, ovo e feijão.
- Então tá, vamos embora?
- Ainda falta ...
- Vamos embora. Depois você compra o resto, poxa. - Cedeu.

Delicioso. Segue como fazer.


Virado à Paulista:

Ingredientes:
100g de bacon picado;
2 dentes de alho picados ou amassados;
1 cebola média picada;
Farinha de mandioca ou de milho;
Pimenta do reino a gosto;
Sal a gosto;
4 xícaras de feijão cozido e ligeiramente amassado.

Modo de Preparar:

Coloque o bacon em cubinhos pequenos  em uma panela e deixe fritar sem óleo. Na própria gordura.
Tire os pedacinhos de bacon já fritos e reserve;
Na gordura que ficar na panela, refogue a cebola e o alho.Quando a cebola estiver transparente, junte o feijão e deixe ferver por uns 10 minutos para que incorpore o gosto dos temperos. Acrescente 2 xícaras de água e sal a gosto. Quando estiver encorpado, junte novamente a farinha, mais ou menos 1 xícara, mexendo sem parar até que tome o aspecto de um pirão grosso. Mexa por mais alguns instantes e apague o fogo. Junte o bacon reservado e mexa bem.

Como acompanhamentos temos o arroz branco, bisteca suína frita ou assada ( a minha foi feita na grelha e demorou um pouco mais de dez minutos para ficar perfeita ), couve refogada, torresmo a pururuca, lingüiça e ovo frito. Alguns colocam banana frita também. É ótimo e combina, mas não é o tradicional. Eu não tô nem aí para isso. Quero é comer bem.













O Ogro.


terça-feira, 15 de julho de 2014

Calzone

O vestibular aconteceu na data prevista mas as aulas iriam começar depois nas escolas federais naquele ano, devido às greves e às obrigatórias reposições de aulas.

Um Ogro primo e outro amigo se juntaram comigo para uma viagem de divertimento garantido.

Adolescentes, com um certo dinheirinho no bolso, muita testosterona e boca de cabrito, não tem jeito de ser ruim.

Em direção à Bahia, passamos por algumas cidades do Espírito Santo. Por fim, chegamos a Porto Seguro e de tabela Arraial D´ajuda e Trancoso.

Com dinheiro contado, começamos a economizar na comida para sobrar para a cerveja. Coisa comum de adolecente. No restaurante que elegemos como o mais barato e suficientemente bom, as atendentes estavam solidárias com nossa economia. Todo dia nosso prato era o mais cheio e caprichado do restaurante. Nunca vimos tanta fartura comendo prato feito. O dono do restaurante, muito animado e bacana, ainda lancava gozações sobre as atendentes. Meu primo Ogro, o Ogroprimo, bom de bico, ainda trocava olhares com as meninas. Eu queria só comer. Até que um dia veio o prato especial..

Nunca havíamos visto aquilo e depois também nunca mais veríamos. Nos trouxeram um imenso, enorme, quase grotesco Calzone. Aquele pastel assado tipo uma pizza dobrada no meio, mas muito, muito maior do que o maior que já havia visto. Mas o mais inusitado e maluco foi o recheio. Fizeram um maravilhoso macarrão à bolonhesa com quieijo derretido colado na massa super crocante. Ainda procuro lembrar se foi a fome ( o melhor tempero de qualquer comida ), ou se estava mesmo maravilhoso.

O certo é que tudo foi consumido, sem deixar nem meio pedaço para trás.

Isto é mesmo comida de Ogro.

o Ogro.

Jeito



Tudo tem um jeito certo.

O Ogro.

domingo, 13 de julho de 2014

Sonhar com Ogro


Quem diria. O Ogro.



Lombo de brontossauro

Mais um jogo do Brasil. Mas este não valia nada. Quase impossível haver uma derrota tão humilhante quanto o 7 a 1, mas, como disse um comentarista da FOX no meio do jogo, o inferno tem sub-solo. O término do jogo contra a Holanda por 3 a zero foi o triste fim de uma Copa de altos e baixos, de humores ao futebol.

Enquanto o Brasil se preparava para mais uma partida decepcionante, um bando de Ogros se preparava para assistir o jogo. O combinado era dividir as compras de bebidas e comida para não sobrar nem faltar em excesso. Cada um levou uma carne ou um tira-gosto e sua bebida, mas como sempre, sobrou.

O combinado foi ir toamndo UMA com alguns tira-gostos, aguardando um rango especial preparado pelo amigo Ogro apreciador de veículos e corretor de seguros, o catracogro. Ele chegou mais cedo que o horário combinado para iniciar a preparação do seu famoso prato "Lombo de porco com recheio de pêras", ou no caso, "O Lombo de Brontossauro"..

Com um pacote enorme e equilibrando 4 garrafas de vinho, o catacogro entrou na área de churrasqueira para iniciar o preparo. Este Ogro foi o auxiliar de cozinha. Limpamos a pia e abrimos uma manta de lombo que tinha com certeza 2 Kg e uns 0,50 x 0,40 m. Apesar de nosso cozinheiro ter esquecido alguns ingredientes e o barbante para fechar o monstro, achamos o que faltava com facilidade na cozinha.

Depois de aberta a manta, nosso anti-herói picou duas peras e duas maçâs verdes, passou manteiga na parte interna do lombo, uns 50g e depois passou 200g de requeijão cremoso, espalhou as pêras e as maçâs, picou uns 300g de tiras bem finas de um bacon com muita carne, que fritamos antes de mistar às pêras e maçâs para formar o recheio. Depois de tudo enrolado, passamos o barbante, colocamos em uma travessa tamanho enorme e regamos com meia garrafa de vinho tinto tipo merlot. O restante foi bebido.

Logo que o bacon foi frito e acrescido ao recheio, sobrou aquela gordura cheirosa no fundo da frigideira. com uma quantidade razoável, que teria queser jogada fora. Com o espírito Ogro aflorado, resolvemos fritar uma batata. Descasquei, busquei um prato com papel toalha e iniciamos o processo. quando estava quase pronto, toca a campahinha, e é mais um Ogro chegando. Nos entreolhamos e a vontade foi esconder o prato. Pela dificuldade e poucas opções disponíveis, dividimos. E estava uma delícia, principalmente pois foi servida em pedaços grandes e finos, como uma meia-lua. Grandes goles de cerveja dispersaram o calor, e o churrasco teve início..

O monstro, ou lombo de brontossauro, ficou marinando por algumas horas antes de ir ao forno. Pelo tamanho, calculamos que precisaria de pelomenos duas horas ou duas horas e meia de forno em fogo baixo. E assim fizemos.antes do jogo começar, colocando no forno a180 graus, calculando que ficaria no ponto logo após o jogo, uma boa hora para servir.

Enquanto isso, um tomava vinho e os outros cerveja em quantidade. Na verdade, quem não apareceu perdeu. E não foram poucos. Durante a espera, o catracogro contava suas piadas:

Um homem teve um acidente e seu pênis havia sido decepado. Após uma dica, foi a uma clínica que fabricava próteses penianas fazer uma consulta. Assim que entrou no consultório,o médico foi explicando:

- O sr. sabe que temos vários modelos de pênis para implante?

- não, não sabia.

- pois é, temos o comum, com 15 cm, que custa R$ 10.000,00, o super, com 18 cm, que custa R$ 20.000,00 e o mega-ultra-super-turbo, com 28 cm, que custa R$ 50.000,00. Qual o sr quer?

Depois de pensar durante alguns segundos, o homem respondeu:

- Ora, como nunca tive um grande, acho que vou ficar com o de 28 cm.

- É uma boa escolha, mas o sr. deve consultar sua esposa, afinal, isto também a afeta, não é mesmo? Volte amanhã com a resposta.

No dia seguinte...

- E então, ela escolheu?

- Sim, escolheu. Escolheu reformar a cozinha.

Gargalhadas à parte, terminamos de assistir a mais uma pelada e partimos para a degustação do prato principal, acompanhado de um arroz branco novinho, tomates e batatas.

Simplesmente delicioso.

Durante o dia, ainda tivemos um contrafilé maravilhoso e e uma costelnha com molho de mostarda e mel, mas isto é uma outra história..........

O Ogro.






O Ogro.





sábado, 12 de julho de 2014

Ogros e canalhas

Uma nova ciência moral

Luiz Felipe Pondé

Ouvi uma dessas mulheres livres, dona de seu nariz e de seu corpo, dizer: "Que falta que faz um canalha!".

Recentemente, um grande especialista e prático da alma humana, um terapeuta, me dizia se escandalizar com o fato de que mulheres inteligentes e emancipadas falam em consultórios de psicanalistas que querem que os homens as chamem de cachorras e as tratem como vagabundas na cama.

Como se escandalizar com o óbvio? Quem foi que disse que as mulheres não gostam de se sentirem vagabundas no sexo? Só quem, mui catolicamente, imaginou que querer ser tratada como vagabunda no sexo fosse fruto de opressão machista. Risadas?

O que é um canalha? Refiro-me ao conceito de canalha. Um kantiano diria "o canalha em si".

Claro, kantianos são pessoas que pensam que o mundo é o que eles pensam que é; no fundo, o kantiano é um puritano da razão aos olhos de qualquer cético. Sua "crítica da razão prática" nada mais é do que um canto monótono semelhante aos cantos das igrejas calvinistas.

Qualquer um sabe que canalhas evoluem historicamente, como tudo mais. O grande personagem Palhares, do Nelson Rodrigues, esse filósofo brasileiro, é um tipo de canalha que não existe mais: o canalha romântico e sincero (que faz falta), apesar de que ele já identificara a necessidade de o canalha evoluir. Diriam os especialistas que Palhares tinha um claro "senso histórico".

Palhares mordeu o pescoço da cunhada caçula no corredor. E cunhadas gostosas são o segredo de um bom casamento. Palhares dizia que um canalha em sua época, os anos 1960, deveria evoluir para continuar a ser um bom canalha.
No caso dele, isso significava assimilar os avanços da psicologia, levando suas vítimas para terapias de nudez e também para reuniões do Partido Comunista. Um canalha, afinal, deveria estar em dia com a sua época.

Importantíssimo, no entendimento de nosso querido Palhares, seria um canalha entender que ser católico não ajudava mais ninguém a pegar mulher porque assustaria a presa. A sinceridade do Palhares estava no fato de ele se reconhecer canalha por vontade própria.
Hoje em dia, o canalha "avançou" muito. Ele identifica "causas externas" para sua condição de canalha, ou, melhor ainda, não reconhece sua condição de canalha; julga-se apenas um homem cumprindo seu "papel social".

Imagine um livro chamado "Tipologia do Canalha: Como Identificar o Seu". Puro best-seller!

Por exemplo, o livro descreveria o canalha institucional, que é o canalha que faz suas baixarias dizendo que é em nome do coletivo.

Normalmente, adora a hierarquia e a burocracia.

É o tipo que, segundo o psicólogo americano Philip Zimbardo, autor do excepcional livro "O Efeito Lúcifer" (Record), se adaptaria bem às condições de horror em sistemas totalitários com justificativa institucional. Sentiria que o horror que causa é simplesmente fruto de respeito à burocracia.

Existem também os canalhas sociais. Estes são aqueles que justificam seus atos via condições sociais em que vivem, dizendo coisas como "a escola em que estudei fez de mim um canalha, por mim seria diferente".

Conhecemos também os canalhas democráticos. Estes são aqueles que justificam seus atos porque combatem em defesa do povo. Este tipo é aquele que, por exemplo, sustenta a corrupção do Estado dizendo que está lutando pela justiça social.

Primo de primeiro grau deste último é o canalha militante, este tipo que agrediu a blogueira cubana Yoani Sánchez, acusando-a de ser paga pela CIA. A marca deste é jamais ouvir nada que discorde de sua religião.

Há também o canalha científico. Este afirma que as neurociências provaram que ser canalha é função de certa área do cérebro, resultado de herança evolucionária e genética.
Um tipo especialmente "fofo" é o canalha livre. Suspeito ser este o mais avançado de todos.

Quando indagados acerca de seu comportamento, afirmam que agem do modo que agem porque sempre foram uma minoria oprimida e agora podem exercer sua canalhice livremente. A frase lapidar deste tipo de canalha é: "Todos têm direito de ser o que são; eu tenho o direito de ser canalha".


Vei de outro blog Ogro: http://oogro.zip.net

Com certeza todo canalha é Ogro, mas nem todo Ogro é canalha. O que não é queria...

O Ogro.



Mais uma vez no Cinema

Ogros famosos aparecem de quando em vez. É claro que o mais famoso de todos é o Shrek, mas tem mais:




Curta nacional que arrematou diversos prêmios: www.oogro.com.br



Estes outros não precisam de apresentação.

Cinema é um dos grande prazeres do Ogro. Pelo menos deste.

O Ogro.



Super Ogro

Ogros se reúnem sempre. Entre um golo e outro, vem a idéia de uma nova viagem, nem sempre concretizada, mas muito sonhada.

O dia a dia e seus atropelos também fizeram minguar diversas de nossas viagens, por maior que fosse o esforço e a vontade de realizá-las. Em mais uma dessas vezes de reunião, sentamos no boteco da vez para falar da possível ida para Guarapari.

Para quem não conhece, Guarapai é uma cidade de porte médio localizada no litoral capixaba e que é destino comum a milhares de mineiros na época das férias e feriados. Não é nada sofisticado. É o destino da classe média.

Imersos em devaneios e vontades, falamos de diversos destinos antes de decidir por Guarapari. Um amigo, que já foi Ogro do mês aqui no blog, o Ogro mestre, e que possui um restaurante, durante a semana marcou mais uma reunião para sacramentar o destino e apresentar as oportunidades.

Como sempre, este verdadeiro Ogro viajante apresentou uma grande oportunidade. Uma casa com 3 quartos num condomínio fechado, com piscina e um grande gramado, em primeira locação. Conseguiu tudo pela internet.

Fechado o negócio, viajamos.

A casa era mesmo sensacional, e no gramado fizemos churrasco e futebol de sabão, com uma lona comprada lá mesmo. Tudo da melhor qualidade. A piscina curava as ressacas homéricas e os fogos em andamento, o que diminuiu os problemas dos Ogros com as patroas.

Num dia comum, saímos para visitar uma praia pequena e quase deserta, que se chama praia dos padres ( ou seria frades?). Uma descida bem íngreme nos esperava, e cada um ainda carregava suas tralhas de praia ( cadeira, guarda sol etc ), além de comidas. A descida, além de íngreme, não contava com degraus em todos os pontos, e rampas de grama se misturavam a projetos de escada, forçando um passo vagaroso de todos nós.

Num destes lances de grama, ainda orvalhado, eis que surge o Super Ogro. Até então, era  apenas um Ogro trabalhador, plaqueiro e bom motorista que carregava o isopor mais importante da trupe. O isopor da bebida. Mas de repente, escorregou na grama e foi chinelo para um lado, óculos para o outro, barriga para baixo, isopor para cima e copo, já com batida, voando sem rumo.

Como o Super que se tornou, caiu de costas, desviou dos óculos, aparou a tampa com a barriga, o isopor com uma das mãos e ainda não deixou derramar um pingo da batida.

Revelada a identidade do Super Ogro. Como num passe de mágica, levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima.

A marcha continuou ladeira abaixo, não sem um pensamento na cabeça:

- Devíamos ter filmado, e em câmera lenta. Essa não acontece de novo nem em mil anos. Valeu, Super Ogro.

A viagem ainda se desdobra, mas....esta é outra história!!

O Ogro.




sexta-feira, 11 de julho de 2014

Bolo de farofa

Bolo de Farofa

Bolo de Farofa

Ingredientes para o bolo:

.3 xícaras de farinha de trigo
.1 ovo
.1 xícara e ½ de açúcar
.1 tablete de margarina 100 g
.1 colher de sopa de fermento em pó

Ingredientes para o creme

.1 lata de leite condensado
.1 lata de leite comum
.2 colheres de sopa de amido de milho ou farinha de trigo
.1 colher sopa de margarina
.2 gemas
.1 colher sobremesa de baunilha
.1 lata de creme de leite

Modo de fazer

  1. Misture os ingredientes da farofa com as mãos até ficar bem soltinha, reserve
  2. Levar ao fogo o leite condensado, o leite comum, o amido ou farinha, a margarina, as gemas até engrossar
  3. Retire do fogo e coloque o creme de leite e a baunilha
  4. Espere esfriar para fazer a montagem
  5. Untar e enfarinhar uma forma retangular, colocar metade da farofa, o creme já frio e a outra metade da farofa
  6. Levar para assar por 30 minutos mais ou menos

Pulo do Ogro: o bolo está pronto quando as bordas estiverem douradinhas, aí é hora de tirar. A farofa não ficará corada como os bolos normais.

Puxado de outro Ogro em http://www.os-caminhantes.com/search/label/quitutes%20do%20ogro

O Ogro.



Castelo do Bode

Em viagem com a patroa, Ogro bom é aquele que dá espaço. Não insiste sem motivo e dá razão para a mulher de vez em quando.
É, mas este Ogro não é o mesmo que viajou desta vez. Foi aquele outro, o que só faz o que quer e gosta mesmo é de reclamar com a a patroa.

Chegamos a Portugal através da TAP, indo direto parar em Lisboa. O vôo surpreendeu pela suavidade e pelas poltronas menos econômicas que em outras viagens. Nesta talvez tenhamos economizado menos.

De qualquer forma, tudo estava transcorrendo bem, e um carro foi alugado ainda no aeroporto para facilitar o itinerário da viagem.

O Ogro havia convencido a patroa de parar a cada castelo encontrado no caminho, e foi grande a nossa surpresa ao constatar que Portugal, tão diminuído no Brasil, é um país enorme em sua cultura, belezas naturais e... castelos.

E assim começamos a desviar rotas, fazendo um caminho que seguisse os castelos. Num dado momento, paramos ( fora da rota inicial, é claro ), numa cidade ................., onde os templários haviam se instalado após serem expulsos da França.

Lá, super bem acomodados no Hotel dos Templários, saímos para conhecer a pequena cidade e suas belezas. Num pequeno restaurante familiar próximo ao hotel e com mais fome que vontade de comer bem, paramos para saciar nossa fome.

No restaurante, vimos um cartaz indicando a data de início e término do festival da Lampreia, e perguntamos o que seria. Tinha no cardápio, mas o dono, um português bem típico, disse que o prato demorava a fazer e que o horário não seria compatível. Poderíamos escolher outra coisa ou ir embora. Tanto fazia para ele. A fome foi maior que a indignação e nos contentamos com um excelente bacalhau mesmo. Acho que provamos todas as variações possíveis nesta viagem, mas não cansou, só deu mais vontade.

Ao chegar ao hotel, ainda fomos ao scoth bar para uma saideira, que se transformou em várias. O barmen, muito educado, nos deu dicar diversas sobre quase tudo e, perguntado sobre a Lampreia, disse que o melhor lugar para se comer uma boa Lampreia na estação era o restaurante Rei da Lampreia e indicou o caminho, que ficava muito fora da nossa rota.

No último momento, lamentando nossa desistência da Lampreia, o barmen disse a palavra mágica. Castelo.

O restaurante Rei da Lampreia ficava ao lado de um dos lagos mais bonitos do país, onde se localizava o Castelo do Bode. Uau. Fim de conversa e pegamos todas as indicações.

No dia seguinte, acordamos e tomamos um delicioso café da manhã antes de programar nosso GPS para seguir direto para o Castelo do Bode. Depois de quase 70 Km vimos o restaurante á esquerda da estrada e passamos por cima de uma barragem. O GPS ficou maluco e indicava o castelo. Demos meia volta, procuramos e não conseguimos encontrar. Aí começou.

Não satisfeito com a situação, o Ogro também nunca pode parar para perguntar nada. Tem que descobrir sozinho. Subimos e descemos a estrada, andando vários quilômetros para cada lado sem avistar o castelo. Num dado momento, vimos uma pequena estradinha de terra ao lado do vertedouro da barragem, que não era tão grande assim e fomos serpenteando ao lado do rio até chegar no fima da estrada.

O cenário tão bucólico quanto melancólico, podia tanto ser de filme de amor quanto de terror. Um lago com águas bem rasas, árvores com folhas secas ou amarelas de um lado e de outro e. apesar do sol minguado, uma névoa por sobre a água. Pouco se ouvia. Ainda descemos do carro e demos uma volta, meio que desavisados dos perigos, mas voltamos logo.

Subindo a estrada, no meio do caminho de volta, paramos ao lado de uma caminhonete de uma família e o Ogro de dignou a preguntar:

- Por favor, onde fica o Castelo do Bode?

- Ora, pois, o Castelo do Bode é aqui mesmo.

- Como? Onde? Para lá?

- Não, nós estamos no Castelo do Bode. Aquele ali é o Castelo d´água do Bode.

Aí a ficha caiu. Agradecemos e nem comemos a Lampreia. Se não tivéssemos que voltar quase 70 Km, este Ogro voltaria com prazer ao hotel dos Templários para MATAR o barmen.

No fim, tudo deu certo. Comemos a Lampreia,....mas aí é outra história.

O Ogro.